Estou de volta! Sigo em tratamento e bem na medida do possível, sempre aprendendo a lidar com a doença e a conviver com o preconceito de algumas pessoas que inconscientemente se afastam. Hoje compartilho um texto do blog A MENINA E O LÚPUS que explica a importância do tratamento individualizado. Cada paciente é único com sintomas, intensidades, reações entre outros diferentes.
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Cada
indivíduo é único em suas particularidades, cada um de nós age, pensa,
come e vive diferente. O lúpus não é como uma gripe, onde o tratamento é
padrão para todos os pacientes, no lúpus cada caso é super único, e
requer que o tratamento seja único também. Algumas pessoas vivem longos
períodos de remissão, levam uma vida quase que normal enquanto outras
não conseguem ficar afastado dos hospitais e das dores por muito tempo.
Sorte temos nós que caímos nas mão de profissionais humanizados e de
qualidade, que se preocupam em adequar o melhor tratamento para cada
tipo de sofrimento.
O
Lúpus Eritematoso Sistêmico é o protótipo da doença autoimune crônica,
cuja o conjunto de sinais e sintomas, que podem se instalar lenta ou
abruptamente, dependem dos órgãos acometidos – rins, sistema nervoso,
cardiopulmonar, hematológico, na grande maioria das vezes antecedido
por comprometimento
inflamatório sistêmico – febre vespertina, inapetência e perda de peso,
fadiga, além de cutâneo-articular-vascular, variando em períodos de
atividade e de remissão.
Devido
à sua gravidade, potencial para dano orgânico múltiplo irreversível e
até letalidade, convém que os pacientes com Lúpus Eritematoso Sistêmico
sejam diagnosticados precocemente na fase de atividade, individualizados em suas condutas, e acompanhados adequadamente, para garantia da qualidade de vida e sobrevida.
Pode
ocorrer em pessoas de qualquer idade, raça e sexo, porém as mulheres
são muito mais acometidas, especialmente na faixa etária entre 20 e 45 anos, sendo um pouco
mais frequente e grave em pessoas mestiça e afrodescendentes. No
Brasil, estima-se uma prevalência de cerca de 65.000 pessoas, sendo a
maioria mulheres. Embora sua causa permaneça desconhecida, sabe-se que
fatores genéticos, hormonais e ambientais – radiação
ultravioleta, infecções, drogas, tabagismo, stress físico-mental,
determinam uma desordem no sistema imunológico, gerando uma
superprodução de autoanticorpos contra células e tecidos, além
de deposição de imune complexos em pequenos vasos, causando inflamação e
até destruição dos órgãos.
Até o clínico capacitado, através de uma boa anamnese e exame físico
sente-se capaz de presumir a doença, mesmo em fases iniciais, e
solicitar exames gerais de sangue e urina, para avaliar o
bom funcionamento dos principais órgãos acometidos, avaliar presença de
inflamação, simultaneamente ao rastreamento de autoimunidade, por meio
do FAN (fator ou anticorpo antinuclear). Outros testes laboratoriais
seguintes visam confirmar o diagnóstico e estabelecer atividade, como o
anti-Sm, anti-DNA, dosagem de complemento, eletroforese de proteínas,
etc.
O
acompanhamento da pessoa com Lúpus Eritematoso Sistêmico requer
constância aos agendamentos com Reumatologista, outros especialistas
médicos, além de equipe multidisciplinar – psicólogos, nutricionistas,
assistentes sociais, farmacêuticos, entre outros, em âmbito ambulatorial
e hospitalar; garantia ao tratamento medicamentoso, que se baseia em
fotoprotetores e imunomoduladores para os casos mais leves ou em
remissão clínico-laboratorial – Cloroquina, Methotrexate, etc, ou em
imunomossupressores para os casos mais graves – Azathioprina,
Micofenolato Mofetil, etc; alguns casos críticos terão necessidade de
terapia venosa com Corticosteroides e Ciclofosfamida, além de outras
terapias. Importante ressaltar que tanto a patologia como essas drogas
podem levar à susceptibilidade infecciosa, alteração do metabolismo
ósseo, aterogênese, e ao risco maior de neoplasia.
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