O
lúpus é uma doença crônica autoimune que pode apresentar sintomas em
diferentes partes do corpo, de forma lenta ou rápida. A velocidade de
aparecimento dos sintomas depende da fase na qual a doença se encontra,
que oscila entre períodos de remissão, no qual a inflamação não
apresenta sinais e fases de atividade, na qual os sintomas e reações são
perceptíveis e surgem de maneira progressiva. Lílian Tereza Lavras
Costallat (foto), reumatologista do Hospital de Clínicas da Unicamp,
esclarece as principais dúvidas a respeito da doença.
“O lúpus é uma doença
crônica, mas é possível mantê-la sob controle com o uso de
medicamentos”, afirma. Segundo a médica, nos últimos anos houve um ganho
considerável com o desenvolvimento de novos medicamentos e protocolos
sobre a doença. “Além dos medicamentos, a avaliação clínica também
avançou”. Ela explica que os medicamentos indicados e a dosagem são
específicos para cada paciente e variam também de acordo com o estágio
da doença, como nas fases de remissão ou atividade.
Para os pacientes com
lúpus é necessário evitar o sol, com o uso de protetor solar ou
barreiras físicas, como o uso de roupas que não expõem muito a pele a
luz solar. “O sol é responsável por desencadear uma reação imunológica
do lúpus no organismo, por isso é fundamental que os pacientes evitem
essa exposição e quando ela for inevitável, usem métodos de proteção
solar”, recomenda.
No lúpus eritematoso
sistêmico (LES) ocorrem manchas na pele dos pacientes, principalmente
nas regiões expostas ao sol, e alguns órgãos internos podem ser
atingidos. “Os rins são os principais órgãos atingidos nos pacientes com
lúpus”, conta. Segundo a reumatologista, cerca de metade dos casos da
doença envolvem complicações relacionadas aos rins. Mas com o
acompanhamento médico e o tratamento sendo realizado corretamente pelo
paciente, é possível controlar essas complicações.
A causa do lúpus não é
conhecida, mas a literatura médica indica que fatores de origem
genética e hormonal podem contribuir para o aparecimento da doença.
Quando isso acontece, a pessoa sofre com alterações do sistema
imunológico, como a produção de anticorpos, que sofre um desequilíbrio,
podendo causar, como consequência, lesões na pele – que surgem em 80%
dos casos, inflamação nas articulações, presente em mais de 90% dos
pacientes, rins e outros órgãos. Há também o comprometimento neurológico
e psiquiátrico, sendo essas manifestações menos comuns.
A alimentação
saudável, explica a médica, é fundamental para todos, sejam pessoas
saudáveis ou portadoras de alguma doença. “Nas doenças crônicas isso
passa a ser ainda mais importante, mas isso não é sinônimo de uma dieta
específica ou restritiva”, pondera. O diagnóstico é feito com a
avaliação clínica de um reumatologista, que pode solicitar exames
complementares, como de sangue e urina, que auxiliam também na definição
da fase da doença.
Brasil
O lúpus não possui um
grupo de risco específico, porém é mais comum em mulheres,
principalmente entre os 20 e 45 anos. Segundo a Sociedade Brasileira de
Reumatologia, a estimativa é que no Brasil existam cerca de 65 mil
pessoas com a doença. Esse alto índice faz com que a doença não se
configure como um caso raro, e a medicina investe constantemente em
avanços que proporcionem qualidade de vida aos portadores de lúpus.
Caius Lucilius com Jéssica Kruckenfellner
Assessoria de Imprensa do HC UnicampFonte:Hospital de Clínicas - UNICAMP
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